PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS ESTÉTICAS SOBRE ILUMINAÇÃO CÊNICA
EDWARD GORDON CRAIG (1872 – 1966) filho Ellen Terry, atriz inglesa muito prestigiada, e seu padrasto Henry Irving foi um célebre intérprete dos principais papéis shakespereanos. Cresceu dentro dos bastidores do teatro. Foi ator no início, mas preferiu dedicar-se a cenografia e encenação. Era também desenhista e gravurista. Em seu livro Da Arte do Teatro de 1905 postulou uma encenação que pudesse unir todas as técnicas envolvidas (cenário,música, luz, atores, figurinos, texto) numa unidade conceitual a ser desenvolvida pelo encenador. Defendia a arte teatral como uma linguagem com suas próprias leis determinadas por todos os seus componentes materiais e não submissa ao texto, e menos ainda restrita à representação da realidade. Combateu a iluminação de ribalta ainda soberana no palco na passagem do século XIX para o XX. Queria uma iluminação que criasse atmosferas e efeitos de grande plasticidade simbólica unida ao cenário monumental e abstrato.
A palavra movimento aparece reiterada vezes nas idéias estéticas de Craig. Para ele a essência do palco deveria ser colocar em movimento, através da sua materialidade, revelações filosóficas, místicas, poéticas e sublimes. Em grande destaque ele desenvolve a idéia do teatro como uma arte visual que influencia profundamente o espírito da sua platéia através das imagens e dos gestos simbólicos que apresenta pela união de todos os seus elementos expressivos. “Quando aí estiverem de novo reunidos, nascerá uma arte tão elevada, tão universalmente admirada que se descobrirá nela uma nova religião. Uma religião que não fará sermões mas revelações; que não nos apresentará imagens definidas como as criadas pelo pintor ou pelo escultor, mas nos desvendará o pensamento, silenciosamente, pelo gesto, por sucessivas visões.”
In: Da Arte do Teatro pg. 145
A palavra movimento aparece reiterada vezes nas idéias estéticas de Craig. Para ele a essência do palco deveria ser colocar em movimento, através da sua materialidade, revelações filosóficas, místicas, poéticas e sublimes. Em grande destaque ele desenvolve a idéia do teatro como uma arte visual que influencia profundamente o espírito da sua platéia através das imagens e dos gestos simbólicos que apresenta pela união de todos os seus elementos expressivos. “Quando aí estiverem de novo reunidos, nascerá uma arte tão elevada, tão universalmente admirada que se descobrirá nela uma nova religião. Uma religião que não fará sermões mas revelações; que não nos apresentará imagens definidas como as criadas pelo pintor ou pelo escultor, mas nos desvendará o pensamento, silenciosamente, pelo gesto, por sucessivas visões.”
In: Da Arte do Teatro pg. 145
ADOLPHE APPIA (1862-1928) artista plástico e cenógrafo suíço desenvolveu seu ideário estético no período de intensas mudanças na prática teatral européia, que deixava para trás a iluminação a gás substituída pela eletricidade. Entusiasta da música operística do alemão Richard Wagner, ele escreveu artigos e livros que foram seminais para toda a prática teatral do século XX. Postulou para a encenação de óperas um palco livre de representações realistas do espaço através dos telões pintados e propunha uma cenografia de plataformas, escadas, colunas e formas monumentais onde o corpo do artista ganhasse nova expressividade através da pintura com a luz, num espetáculo regido pela música, suas atmosferas e sensações ritmicas, de forma que a encenação concretizasse no espaço o que a música sugeria como movimento e emoção. Criou o conceito de uma partitura para a luz que se estruturava através de movimentos que acompanham a melodia, marcando clímax, mudanças de atmosferas e outros. Distingue a luz difusa da luz concentrada e postula a exploração do poder plástico da iluminação através de seu binômio luz/sombra, como na pintura de Rembrandt, quando afirma que o palco deveria concretizar: “Sombras perceptíveis e variedade infinita de relações de luzes. Luz plástica que dramatiza os significados”. Seus principais escritos foram publicados na década de 1890, mas a amplitude de sua proposta revolucionária só foi compreendida e efetivamente colocada em prática por encenadores no século posterior. Mesmo sem conhecer suas teorias o/a iluminador contemporâneo trabalha com sua herança estética.
STANLEY McCANDLESS (1900-1967) nasceu no EUA e foi um arquiteto que durante sua vida profissional dedicou-se a criar projetos de iluminação cênica tanto no nível estrutural como estético. Projetou o Radio City Music Hall de Nova York entre outros. A partir de 1925 passou a lecionar iluminação cênica na Universidade Yale no departamento de teatro e publicou em 1932 A Method to lighting the stage, que se tornou uma referência para esta arte. Ele desenvolveu um conceito e um método para iluminar o palco italiano que é a base para o aprendizado de posicionamento de equipamentos e afinação de luz no mesmo. Seu método propõe uma divisão do palco em áreas de atuação que devem ser hierarquizadas em termos de importância para as ações e para composiçào visual que une iluminação e cenografia.
Cada área deve ser iluminada com dois projetores (PCs ou Elipsos) colocados a 90º um do outro de forma que seus pontos focais se cruzem nesta área. A altura da vara de luz deve proporcionar uma angulação de 45º em relação corpo do ator, o que possibilita uma visualização do rosto e principalmente dos olhos sem sombras deformadoras.
JEAN ROSENTHAL (1912 – 1968) nascida em Nova York estudou em Yale com Stanley McCandless e tornou-se uma das principais profissionais de iluminação cênica dos EUA. Dentre seus projetos mais conhecidos para musicais da Broadway destacam-se: West Side Story (1957), Cabaret (1966), Um violinista no telhado e outros. Ela também foi pioneira num conceito de iluminação para dança quando criou projetos de luz para os espetáculos de Marta Graham a partir de 1934. Estes conceitos foram incorporados como cânones para a iluminação de espetáculos de dança moderna e se traduzem na busca de outra relevância e dramaticidade para iluminar os artistas. Introduziu um novo posicionamento e angulação para as fontes de luz que foram colocadas em torres laterais na esquerda e direita do palco na altura do corpo. Ela também explorou efeitos em contraluz e luz rebatida de forma a criar impressões óticas a partir da valorização da sillhueta dos/das dançarinos/nas.
JOSEF SVOBODA ( 1920 - 2002) Cyro Del Nero em seu livro Máquina para os deuses pg. 269 escreveu sobre Svoboda:
"Cenógrafo checo de província, tornou-se, em virtude de sua capacidade de liderança e talento para as artes cênicas, diretor do Teatro de Praga. Ao lado de alguns de seus amigos e colegas, transformou essa cidade num centro universal de teatro, enquanto realização e didática, recebendo alunos do mundo todo.
Grandes espetáculos nasceram da inspiração desse cenógrafo, e muitos diretores seguiram sua intuição no que diz respeito a novas maneiras grandiloquentes de encenar os clássicos e a nova dramaturgia.
Seu conhecimento de história do teatro e da cenografia fica patente no seu discurso profissional riquíssimo.
Trabalhou nos maiores teatros do mundo, reunindo valores técnicos nos campos da óptica, da iluminação, da cinética cenográfica e dos novos meios para fazê-lo. Foi quem mais realizou os sonhos de Appia e Craig. Uniu ilusão e expressão, técnica e arte.
Criou o Polyvision e o Diapolicran, sistemas para projetar imagens de maneira complexa e que uniam representação e representação pré-gravada. Foi um dos mentores do Instituto de Teatro de Praga e da Quadrienal de Praga. "
Grandes espetáculos nasceram da inspiração desse cenógrafo, e muitos diretores seguiram sua intuição no que diz respeito a novas maneiras grandiloquentes de encenar os clássicos e a nova dramaturgia.
Seu conhecimento de história do teatro e da cenografia fica patente no seu discurso profissional riquíssimo.
Trabalhou nos maiores teatros do mundo, reunindo valores técnicos nos campos da óptica, da iluminação, da cinética cenográfica e dos novos meios para fazê-lo. Foi quem mais realizou os sonhos de Appia e Craig. Uniu ilusão e expressão, técnica e arte.
Criou o Polyvision e o Diapolicran, sistemas para projetar imagens de maneira complexa e que uniam representação e representação pré-gravada. Foi um dos mentores do Instituto de Teatro de Praga e da Quadrienal de Praga. "