Século XVI-XVII - ITÁLIA
Outro país que se destacou no desenvolvimento das técnicas de montagem teatrais no ocidente foi a Itália onde durante o Renascimento nasceu o que hoje chamamos de palco italiano. No início a platéia continuou numa posição similar ao antigo teatro grego em declive. No palco uma cenografia fixa reproduz uma rua da época com o uso da perspectiva A iluminação feita por grandes janelas e luminárias à velas.
Plateia do Teatro Olímpico de Vicenza - Projeto de Andrea Palladio construção: 1580-1585
|
Cenografia de Vicioso Scamozzi utiliza a técnica do desenho em perspectiva para criar a ilusão da tridimensão num plano bidimensional.
Em francês trompe-l’oeil que significa, ‘enganar o olho’. |
A forma de colorir o espaço cênico através da luz desenvolvida por Sebastiano Serlio (1475 – 1554) colocava líquidos coloridos na frente de garrafas de vidros especialmente fabricadas numa forma convexa para aumentar o efeito luminoso das velas. Nas fotos abaixo reconstituição das técnicas descritas.
Outra importante contribuição de artistas cênicos italianos foi o desenvolvimento de mecanismos para controlar a luminosidade de conjuntos de velas. Nicola Sabbatini (1574 – 1654) publica em 1638 um livro que foi um marco na história das técnicas de encenação onde descreve no capítulo XII, como construir uma engrenagem para manipular a intensidade da luz dos candelabros.
A reflexão era produzida pela mica reflexiva em desenhos geométricos por trás da velas. Surge o refletor Ribalta instalado no chão na frente do palco com a função de aumentar a estatura dos atores e destacá-los com mais brilho que os outros elementos iluminados da sala. Devemos lembrar que o lustre que iluminava o público continuava aceso durante toda a apresentação.
A iluminação de Ribalta será amplamente usada nos palcos da Europa e América até o início do século XX, também com lâmpadas à gás e elétricas. Com o desenvolvimento de melhores equipamentos para iluminar os artistas a ribalta transformou-se em efeito especial.
A iluminação de Ribalta será amplamente usada nos palcos da Europa e América até o início do século XX, também com lâmpadas à gás e elétricas. Com o desenvolvimento de melhores equipamentos para iluminar os artistas a ribalta transformou-se em efeito especial.
Século XVI - INGLATERRA (Palco Elisabetano)
Durante o reinado de Elizabeth I, Londres tornou-se um centro importante de produção teatral, com espetáculos muito populares em espaços onde cabiam milhares de pessoas. Neste contexto floresceu o gênio e a obra imortal de William Shakespeare. Os teatros tinham uma arquitetura cilíndrica, com galerias em andares para numeroso público com ingressos mais baratos. O palco tinha uma parte coberta ao fundo e um tablado que avançava na direção da platéia. Não havia teto na maior parte do espaço para a entrada da luz natural.
Encenação e técnica: O público sabia através de uma bandeira hasteada no alto do teatro que tipo de peça seria encenada naquele dia. Bandeira branca para comédia e preta para a tragédia. A sessão começava por volta das 3 da tarde. No verão havia luz natural até 9 da noite. No palco um pano preto ao fundo indicava quando era noite na peça. No balcão havia janelas e parapeitos para cenas, como a famosa cena do balcão entre Romeu e Julieta. Ao fundo do palco, embaixo do balcão, uma zona escurecida para aparições de fantasmas como o do pai de Hamlet. Havia alçapões para efeitos de desaparecimento. Tochas, candelabros e luz natural.
O teatro era uma arte extremamente popular e os atores eram profissionais remunerados com cotas divididas a partir do faturamento com a venda de ingressos.
O teatro era uma arte extremamente popular e os atores eram profissionais remunerados com cotas divididas a partir do faturamento com a venda de ingressos.
Toda a indicação de espaço e tempo era feita através das falas das personagens.
“Ouço meu pai chegando. Me perdoa, tenho que recorrer à astúcia e desembainhar minha espada contra ti; puxa a tua também e fingi defender-te; vamos simulação perfeita! Rende-te! Vou te entregar a meu pai! Luzes, aqui, hei! Foge, meu irmão! Tochas, as tochas! Agora adeus.” (Rei Lear Ato II Cena 1) “... pois embora seja noite, a lua brilha; e vou fazer de ti uma papa ao clarão da lua!” (Rei Lear Ato II Cena 2) |
Muito importantes também eram os figurinos, adereços e objetos de cenas (props) para estabelecer convenções cênicas. |
A CASA DE ÓPERA
ttp://turismoeculturaouropreto.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html
As formas arquiteturais da sala fechada e do palco italiano se consolidaram numa estrutura que uniu uma caixa cênica em formato retangular, em frente a uma platéia distribuída num nível mais baixo que o piso do palco e também em camadas na verticalidade dos espaços laterais da sala como no teatro elizabetano. Uma grande estrutura cênica para possibilitar a encenação dos grandiosos espetáculos musicais de ópera italiana e alemã, Essa estrutura disseminou-se por todos os importantes centros de produção teatrais da Europa e América e também no Brasil a partir do século XVIII. A Casa de Ópera de Ouro Preto inaugurada em 1770 foi o primeiro teatro construído na América do Sul.
Nesta caixa cênica a tecnologia naval das embarcações foi a base para a construção das varas cenográficas para controle de altura de telões bidimensionais pintados, ou elementos cenográficos em perspectiva. Este palco é ligeiramente inclinado do fundo em direção à platéia para favorecer essa construção em perspectiva. Um grande lustre ou plafon sobre a plateia era ligeiramente obscurecido pelo sistema de Sabatinni para o início do espetáculo, mas sempre permanecia aceso.
A iluminação cênica a base de velas era colocada na ribalta e por cima da moldura da boca de cena na parte interna da caixa. Ou dentro de nichos no cenário. As técnicas de Serlio foram aplicadas e aperfeiçoadas, porém o risco de incêndios era permanente.
Nesta caixa cênica a tecnologia naval das embarcações foi a base para a construção das varas cenográficas para controle de altura de telões bidimensionais pintados, ou elementos cenográficos em perspectiva. Este palco é ligeiramente inclinado do fundo em direção à platéia para favorecer essa construção em perspectiva. Um grande lustre ou plafon sobre a plateia era ligeiramente obscurecido pelo sistema de Sabatinni para o início do espetáculo, mas sempre permanecia aceso.
A iluminação cênica a base de velas era colocada na ribalta e por cima da moldura da boca de cena na parte interna da caixa. Ou dentro de nichos no cenário. As técnicas de Serlio foram aplicadas e aperfeiçoadas, porém o risco de incêndios era permanente.